A festa acabou, a bebida secou, a loucura se acalmou, a chuva molhou e levou embora toda impureza que passou por aqui. Portanto, será que ela levou realmente tudo?
Para alguns a dor de alguma perda, grande ou pequena, permanecerá. Para outros, ter ganhos desnecessários, apavorará. E quando acaba tudo isso?
Como uma “boa” brasileira que sou, não posso negar a raíz do samba, a verdadeira raíz do samba. Aquela que a música tinha letras de reflexão em apoio a sua comunidade com a única intenção de unir a família, rir da fantasia do outro e curtir um bom som. E que posteriormente, tudo foi transformado em um desfile organizado, onde as pessoas começaram a se influenciar por esse novo estilo, depositando assim sua fé, tempo, disposição e muitas vezes o dinheiro que não tinham, para ter meros dias de “alegria”. Até quando permanecerão cegos?
Quando pensamos em samba hoje, não nos recordamos mais dos Oito batutas com o Pixinguinha e outros compositores com suas boas letras. A única coisa que recordamos é de uma mulher semi-nua (se é que ainda podemos dizer assim), dançando com a multidão e um espetáculo que pode estimular pensamentos lascivos, bebedeira, sexo sem compromisso e experiências loucas que não levam ninguém a nada. Até quando isso vai ser normal?
Não estou falando que tudo pode ser mudado com um passe de mágica, até porque o mundo jaz do maligno (1 João 5: 19), mas eu tenho algumas certezas. A primeira delas é que Jesus não veio para os justos, mas para os pecadores (Mateus 9:13) e está pronto para receber cada um que se dispuser a Ele. E também tenho a certeza que podemos sim transformar o mundo com a renovação da nossa mente (Romanos 12: 2), pois cuidando de nós mesmos e dos outros mostraremos a diferença.
Essas são apenas as certezas que tenho, e dentre elas, a certeza de que se permitimos, sei que a nossa Luz vai brilhar muito mais que todo brilho da Sapucaí. Sei que a palavra do Eterno satisfaz muito mais do que a bebida. Sei que a nossa alegria não dura quatro dias, mas ela é real dentro de nós e não tira férias, nem acaba.
E a maior certeza que tenho é que se permitimos também, o que habita nos nossos corações aparecerá, falará e se propagará através de nós. Ele chamará muito mais atenção e alegrará muito mais do que qualquer escola de samba!