A Copa do Mundo é nossa. Nenhum tema seria mais pertinente que esse para um texto de quinta-feira de estréia. Hoje algumas coisas vão acontecer: mostra internacional do importante invento do cientista brasileiro Miguel Nicolélis (veja aqui), estréia da Copa do Mundo no Brasil, dia dos namorados e o início e fim de mais um dia comum. Não fosse a grandeza do futebol, hoje seria mais um daqueles dias comuns. E o que vamos fazer hoje?
O futebol é o esporte mais popular no mundo. Não possui violência – salvo em raros casos -, exige participação coletiva e incentiva o grupo, a garra e a liderança. Talvez isso tenha faltado em nossos governantes. No momento em que aceitaram a empreitada, poderiam ter transformado o país, trazendo verbas, emprego, melhorando as estruturas. Não, escolheram a parte que todos sabíamos de antemão: superfaturaram obras, mantiveram-nas inacabadas e mancharam a imagem do país para o mundo. Embora tudo isso tenha ocorrido e a comoção nacional seja alta, se nos deixarmos levar por esse tipo de situação, esqueceremos as razões por que estamos aqui.
Esses dias, ao pensar com meus botões, dei-me conta de que a tragédia é algo positivo para o Evangelho. Pode soar um tanto quanto extremista e radical, mas prometo explicar. Certa vez eu li em um livro de Max Lucado, que “a tragédia nivela a topologia social”. Diante de destruição e perdas, todos somos iguais. Deixamos de ser reis e príncipes para nos tornarmos plebeus e escravos. Em um país corrupto com o nosso, é fácil desanimar; confiar e esperar, no entanto, é o que nos resta.
Ao observar a realidade triste do Brasil e dos países de Terceiro Mundo, de modo geral, podemos pender para dois lados completamente distintos: ou desacreditamos de Deus e Seu amor, ou nos agarramos mais ainda à nossa fé. Eu acredito que, pela experiência que eu tenho, as pessoas tendem a se agarrar fortemente ao Senhor. E nesses momentos de dor, tristeza e desânimo, Ele se manifesta de forma poderosa, que jamais seria experimentada em situações de conforto. E isso é encontrado ao longo da Palavra de Deus. As pessoas que mais chegaram próximo do Senhor foram aquelas que estavam em situações de total desconforto: doenças, perdas, desânimo, morte. Por outro lado, pessoas abastadas rejeitaram Jesus por estarem demasiadamente confortáveis com sua atual situação, como é o caso do jovem rico (veja aqui), por exemplo. E em todo o Novo Testamento, há uma forte ênfase em como o rico, que representa o conforto excessivo, terá dificuldade em entrar no Reino dos Céus.
No fim das contas, por mais absurdo que possa soar, temos de ser gratos a Deus por morarmos no Brasil. Por não termos acesso a tanto conforto, por enxergarmos que o mundo é, de fato, mau, e que Deus é bom. A corrupção e a violência nos mostram que a volta de Jesus está próxima, e que devemos buscar nossa paz somente nEle e não no mundo. Experimentar tamanha paz é privilégio de poucos. Que não sejamos os ricos que têm dificuldade em entrar no Reino, mas os pobres humildes que serão lembrados por Ele.
A Copa do Mundo é nossa, sim. Vamos torcer, vibrar, mas louvar apenas aquele que é digno de toda a honra. Amém.