Entre 2012 e 2013, passei 1 ano da minha vida morando na maior potência mundial, os Estados Unidos. Foi a realização de um sonho de infância, um verdadeiro sonho acordado e talvez o melhor ano da minha vida. Em diversos aspectos, tive experiências novas e diferentes com Deus. Conheci pessoas incríveis, fiz amigos para toda a vida, vivi intensamente. Nem tudo são flores; tive meus momentos de dor e angústia. Mas nenhum ponto negativo superou este: a experiência de viver em um lugar onde tudo funciona.
Foi quando passei 1 ano nos Estados Unidos que percebi que o Brasil é efetivamente um país de terceiro mundo. Esse ponto negativo foi tão evidente nos primeiros meses de retorno, que foi uma readaptação sofrida. Quando passei de um estado em que tudo era muito bem organizado e o acesso a tudo extremamente facilitado, para um estado de desorganização e dificuldades, minha mente criou um alerta: há algo estranho nisso!
E essa experiência, por mais incrível que tenha sido, foi um ônus ao meu retorno e à vida que me aguardaria por aqui. Hoje, dois anos depois, estou readaptado e acostumado novamente com o país. Não esperava, no entanto, que pisaria meus pés na pátria amada e teria que enfrentar uma crise econômica, política e moral sem precedentes. Isso tudo foi um surto, uma surpresa. E há um personagem fundamental nessa história toda: Dilma Rousseff.
Dilma foi a primeira presidente mulher do Brasil. Isso foi um marco para a história da nação, concordo. Entre vieses e reveses, Dilma governou o país por quatro anos, sem grandes sinais de uma iminente crise a se instalar. Talvez de uma forma mascarada e desorganizada, o estouro se deu logo no início do segundo mandato. Em meio a escândalos de corrupção, crise política e nenhum – ou muito pouco – jogo de cintura por parte da governanta, o caos se instalou e hoje o Brasil caminha sobre uma corda bamba muito fina, prestes a cair. Só não sabemos se para a direita ou para a esquerda.
Os brasileiros esperam, então, a ascensão de um salvador. Logo no início do ano, os movimentos de protestos contra a presidente tomaram conta das redes sociais e das ruas: quero o Impeachment! Ao que parece, se mudarmos de presidente, reconstruiremos a nação e a crise se desinstalará. Besteira. Não é o PMDB, PSDB ou os larápios das duas casas mais importantes do Brasil que podem nos trazer a tão ansiada salvação. Nessa história é outro personagem quem rouba a cena. Somente Ele pode nos salvar: Jesus Cristo.
Lembram que lá no início eu falei do ponto negativo da minha viagem? Pois é. Vivendo em um país onde tudo funciona e os erros são minimizados, a corrupção é menor e a qualidade de vida é maior, parece não ser necessária a ação de um salvador. Não há grandes motivos para reclamação e o mundo parece realmente ser um lugar bom para se habitar – desde que com a conta da Amazon ativa. A esperança é toda depositada na humanidade e no valor da moeda; a felicidade se estabelece pelo que se tem e pelo conforto. É difícil querer um salvador em tal circunstância.
Não foi à toa que Cristo disse que é difícil aos ricos herdarem o reino dos Céus; sua esperança está no bem estar humano. O Brasil passa por um momento em que o conforto está deixando as casas. As pessoas já não têm mais tantas condições de trocar o carro, comprar um novo smartphone ou fazer aquela viagem dos sonhos. O conforto humano está nos deixando e nós precisamos aprender muito com isso.
Jesus Cristo entra em cena para nos lembrar que o mundo é passageiro e a vida não é essa. Nossa esperança não pode estar num mundo que passa. Cristo não irá estabelecer um reino político ou nem mesmo resolverá os problemas econômicos do Brasil, subitamente. A crise refresca nossa memória e permite que nos humilhemos diante do verdadeiro Rei. A Dilma não pode nos ajudar, mas Cristo sim. Não lamente, ore para que o verdadeiro reino esteja dentro de você. Um dia estaremos vivendo no melhor país do mundo; aí sim, desfrutando da verdadeira esperança.