Um post hipócrita, só pra constar. Ok? Lá embaixo comento isso melhor.
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Há muitos anos, ainda na ascenção da Internet, eu li um texto de um autor cujo nome não lembro, que tratava da conexão exacerbada a que as crianças e até mesmo adultos estavam sendo expostos. Mas veja o teor do ensaio. Ele mencionava que com o uso dos computadores e da Internet, crianças e jovens estavam se mantendo conectados até tarde. Sua sugestão era de que os jovens desligassem os computadores – nem existiam smartphones com acesso à rede nessa época – e mantivessem uma relação estritamente familiar durante a noite. Dizia que a educação e o desempenho dos jovens era prejudicada pois eles não tinham tempo de absorver os conselhos e orientações dos seus pais. Bom, vamos ser sinceros. Esse tipo de texto é quase um roteiro de comédia, pois atualmente essa ideologia chega a ser jocosa.
Vivemos em uma época em que é praticamente impossível viver desconectado. Se não estamos na frente da televisão, estamos conectados a um computador, smartphone, tablet, ou qualquer outro desses gadgets. Na pior das hipóteses, estamos conversando simultaneamente com 10 pessoas pelo celular, mandando e-mail e lendo notícias no Laptop e assistindo a algum programa na televisão. E isso, com mais duas ou três pessoas no ambiente, trocando algumas palavras esporadicamente. Sim, o mundo se tornou multiconectado, mas não necessariamente melhor.
Um celular não é melhor que a pessoa no outro quarto. Uma espiadinha no Facebook não importa mais que um bate-papo com a vovó que está no andar de baixo. Aquelas 10 pessoas do WhatsApp não são, definitivamente, mais especiais que seu irmão que está estudando sozinho em seu canto. Embora em alguns casos a pessoa com quem estamos “chateando” seja namorado (a), noivo (a), pai, mãe, irmão, ou qualquer grau de amizade, não significa que é necessariamente a melhor opção entrarmos em nosso mundinho particular enquanto há pessoas reais e físicas ao nosso redor. Então, por que raios utilizamos tanto essa tecnologia quando alguém muito importante está tão perto?
Tudo isso demonstra o vazio do ser humano. Há uma incessante busca por algo, por mais, por um prazer instantâneo, uma segurança. Apenas Deus pode preencher esse vazio e nos tornar completos nEle. Enquanto passamos tempo divagando pelas redes virtuais, pessoas muito reais precisam do nosso amor. Certa vez, Paulo disse que devemos cuidar dos nossos familiares, ou seremos pior que os próprios descrentes (1 Tm 5.8). A tecnologia parece nos aproximar das pessoas, mas a realidade é que ela apenas nos afasta de quem importa. Se por um lado estamos conectados a milhares de amigos, por outro estamos desconectados de histórias, conselhos, ou apenas de passar um bom tempo batendo um papo com aqueles que dividem o mesmo teto conosco. Além disso, quão melhor é dar boas risadas reais com amigos do que trocar “hahahas” por mensagens de texto? A resposta: muito.
A tecnologia não é um mal em si mesmo. Quando usada devidamente, pode nos trazer grandes benefícios. O problema é encontrar o equilíbrio e usufruir dela como uma ferramenta. A Paloma falou sobre isso em seu post anterior e eu achei por bem complementar seu texto. Como disse no início, um post um tanto quanto hipócrita, pois preciso aplicar essa teoria na minha vida, igualmente. Que oremos a Deus para nos dar forças e sabedoria para lidarmos com essa questão. Não esqueça: a Internet e a tecnologia são meramente ferramentas; que elas não substituam as pessoas reais, que são de real importância.