Luxúria

Luxúria

Este é o último texto da série de pecados capitais. Propositalmente, escolhi este pecado em específico para ser o último da lista. Não por ser maior ou menor que os demais, mas por ser um dos pecados que mais assolam os Cristãos ao redor do mundo todo. É trágico, mas praticamente todo o Cristão já teve algum problema com a luxúria. Seja com a pornografia, masturbação, sexo ilícito, olhadelas aqui, ali, fornicação e adultério.

Além disso, não me sinto exatamente preparado para tratar do assunto. É delicado e requer uma experiência longa com cura e transformação. Portanto, vou utilizar partes do texto do nosso livro original, de Graham Tomlin. Espero que Deus fale ao seu coração de forma poderosa.

“Apesar de toda as nossas piadas sobre sexo, a luxúria desenfreada é fatal. Se a luxúria de fato dominar uma pessoa, ela destruirá tudo: sua mente, seus relacionamentos mais íntimos, sua reputação e até seu corpo. Ela pode levar a casamentos desfeitos, à vergonha, a um imenso arrependimento e, o mais destrutivo de todos, ao estupro e abuso infantil. Assim, se o sexo é bom, mas a luxúria não, onde está a diferença? O que há de tão errado com a luxúria?

“Tomás de Aquino compara a luxúria a um leão que, vendo um veado, não pensa em mais nada senão na comida que ele está prestes a saborear: um prazer para o leão, mas uma má notícia para o veado. A luxúria, como a gula, é um desejo desordenado. Assim como a gula leva nosso desejo de comida a ficar exagerado, a luxúria leva nosso desejo de sexo a ser exagerado.

“Ela vê a outra pessoa como um meio de obter essa satisfação [pessoal e física], de liberar a tensão do desejo sexual. E, como tal, ela não vê a outra pessoa como um ser humano, transformando-a em algo inferior. A pessoa torna-se apenas o meio pelo qual uma necessidade física pode ser satisfeita ou aliviada; um pouco parecida com um hamburguer ou até um vaso sanitário.

“É isso que está na essência da luxúria: puro egoísmo. E esse é o problema. Tomás de Aquino simplesmente afirma: ‘Chamamos o desejo luxurioso de amor próprio.’ Na Bíblia, o exemplo clássico do poder de destruição da luxúria aparece em uma história sobre o rei Davi, um dos grandes heróis da Bíblia, mas cheio de falhas em se tratando desta área da vida. Observando sua cidade lá embaixo, um dia, ele espia uma bela mulher chamada Bate-Seba tomando banho no terraço de sua casa. Ele a deseja, fará qualquer coisa para tê-la e, sendo rei, faz as coisas como bem entende. Ela fica grávida. Esconder esse episódio significa planejar o assassinato de seu marido. O desejo feio é realizado, trazendo dor e tragédia incalculável à vida de ambos e levando indiretamente à queda do reino de Davi. Tudo isso é fruto da luxúria, da obsessão egoísta de Davi por possuir e conquistar Bate-Seba para si (a história encontra-se em 2 Samuel 11.12, e o poema de profundo remorso de Davi aparece no Salmo 51).

“Eis o que diz o escritor Frederick Buechner: ‘A luxúria é o desejo por sal de um homem que está morrendo de sede.’ Se alguém enche sua mente de imagens que inevitavelmente provocam a luxúria, então serão essas as imagens que brotarão em sua mente nos momentos ociosos.

“Quando ouviu falar de Jesus, chegou-se por trás dele, no meio da multidão, e tocou em seu manto,
porque pensava: “Se eu tão-somente tocar em seu manto, ficarei curada”.
Imediatamente cessou sua hemorragia e ela sentiu em seu corpo que estava livre do seu sofrimento.” (Marcos 5:27-29, NVI)

“As palavras de Jesus mostram a fonte de toda a luxúria – nosso próprio coração e nossos desejos – e recomendam que aprendamos a cortá-la pela raiz antes que suas garras torcidas e pegajosas se enrolem firmemente em torno de nossa alma.

“O Cristianismo celebra o sexo no contexto do casamento. Ele ensina as pessoas a guardarem os relacionamentos matrimoniais com o máximo de cuidado. Para aqueles que são solteiros, o Cristianismo promove outra expressão maravilhosa da sexualidade humana: a castidade.

Como vencer a luxúria?

“O primeiro lugar onde a luxúria é curada está no relacionamento com Deus. É quando nos convertemos a Deus e aprendemos a ver as outras pessoas como Ele as vê que é possível começarmos a vencer a luxúria dentro do coração. Se estivermos olhando para outra pessoa para desejá-la, podemos tentar vê-la como Deus a vê: levando uma vida humana ao lado de seus pais, amigos, irmãos ou irmãs, em um emprego ou em casa, com necessidades, lutas e fraquezas, assim como todas as demais pessoas. […] Enquanto fazemos isso, percebemos que estamos aprendendo a vê-la como uma pessoa completa.

“Outra abordagem é pensar lá na frente. Se sabemos que vamos ser tentados por algo que nos causará problemas e não sabemos ao certo se poderemos resistir, podemos pensar lá na frente e colocar em seu devido lugar coisas que irão nos coibir quando chegar a hora de enfrentá-las.

“Algumas pessoas pessoas que começaram a trilhar o caminho cristão, e que têm lutado contra a luxúria, pedem ajuda aos amigos. Isso pode significar encontrar alguns amigos íntimos do mesmo sexo que entendam de onde estamos vindo e o caminho de vida que estamos tentando levar, e dar-lhes permissão para regularmente nos perguntarem sobre nossa vida, os filmes ou programas de televisão a que assistimos, nossos relacionamentos, e assim por diante. A possibilidade de sabermos que talvez tenhamos de confessar algo para alguém, muitas vezes oferecerá a restrição extra que nos impedirá de pisar no terreno escorregadio de ceder à luxúria, levando-nos a algum lugar que não queremos ir.

Essas passagens estão contidas no nosso livro de estudo. Retirei algumas partes importantes do capítulo e acredito que serão de grande valia. A luxúria tem um poder terrível de persuasão e força. Que Deus esteja cuidando de nós, para que não venhamos a ceder ao pecado e permitir que ela tome conta do nosso coração e dos nossos corpos. Espero que essa tenha sido uma série proveitosa e edificadora. Nos vemos na próxima!