Primavera outra vez

Primavera outra vez

Zig. Zag. Zig. Zag.

Para frente, para trás. Na esquerda, direita, ao redor de si mesma.

Achava que era borboleta. E queria voar até o mais alto monte para Te encontrar.

Foi preciso retornar ao interior de mim para que finalmente me disseste a verdade:

– Filha, você ainda é lagarta.

Não era necessário dizer mais nenhuma palavra. Você viu como meu coração ficou quando soube? O que uma lagarta faz? Como ela pode ser útil? Não imaginava o quanto era pequena!

– Vê? A angústia me fez rastejar. Cansei de comer folhas! Quero o doce do pólen. Quero carregar nos meus pés a semente que florescerá onde eu passar.

– Aquieta. Não posso te deixar voar sem antes fortalecer suas asas. Agora Eu preciso que você não desista de rasgar o casulo… É essa a sua academia. Força! Eu o fiz na medida certa para você.

Certamente a dor de rasgar o casulo não se compara com os voos que preparou para mim.

Não era mais um mistério: a minha dor curaria feridos. Tinha um bálsamo dentro do meu casulo.

Transformei.

Transbordei.


Segredo da semana: O processo de uma borboleta é digno de atletismo, e o tempo no casulo é para a preparação e treinamento dela. Como em uma academia, ela sente as dores de estar sendo preparada para o desconhecido. A borboleta, antes uma pequena lagarta de aparência esquisita e molenga, está acostumada a rastejar pelo chão e comer das folhas que caem ao seu encontro. A única visão que tem é a daquele mundo cheio de gigantes que estão sempre prontos a matá-la.
Quando o casulo se fecha, no entanto, ela não entende. Até o mundo esquisito em que ela vivia parece ser melhor que isso! Sem fôlego, tenta de todas as formas rasgar aquela capa firme que se formou em torno dela. Sem desistir. Mal sabe essa lagartinha que todo o sofrimento, para seu Criador é uma força necessária para fortalecer suas asas. Ora, ninguém voa sem asas resistentes e rápidas.
Até esse momento, lagarta. Ao nascer do sol, o casulo se quebra e ela se olha no espelho, irreconhecível. Agora é formosa, colorida e elegante. Seus voos mudam completamente a visão que tinha de si mesma. Antes, comia das migalhas; agora, pode escolher qual a flor mais bonita lhe servirá de alimento. Os gigantes, ah os gigantes! Agora são apenas pontinhos vistos do céu. A borboleta é invencível. Não é prematura, nem madura demais. A borboleta é o exemplo perfeito da criação. Tão bela que não pode ser contemplada por muito tempo, e logo deixa de existir. A borboleta é uma das insinuações celestes mais ousadas que existem. É a estrela cadente das aves!

Desafio da semana: É natural que vejamos primeiro o resultado, para que nos perguntemos posteriormente como foi o processo. Foi assim comigo durante muitos anos! E é por isso que desejei compartilhar com vocês como Deus falou comigo através de uma simples borboleta. Como foi sua academia? Você vê o cuidado de Deus ao tentar rasgar o casulo? Me dê a mão nessa viagem… Quero te mostrar que vale a pena!