Capítulo 3 (v. 1-30)
Idólatras. Talvez essa seja uma das palavras mais proferidas contra determinadas instituições religiosas, por manter certos costumes de oração e adoração a seres que não Jesus Cristo. Afinal, todos sabemos que Jesus é o único digno da nossa honra e glória. Até discutimos sobre esse tema no texto passado, quando Daniel decidiu em seu coração dar toda a honra e glória ao Senhor, em vez de tomá-las para si. A realidade da Igreja (entenda-se por Igreja, com I maiúsculo, a Igreja de Cristo, invisível) é mais dura do que parece. E o Capítulo 3 de Daniel vem nos alertar dessa triste verdade oculta.
Em resumo: Nabucodonosor decidiu erguer uma estátua de ouro, à qual todos deveriam prestar culto e adoração. Assim como nos capítulos anteriores, os filhos de Deus não permitiram se contaminar com qualquer tipo de pecado. Não seria diferente com a idolatria. Por não se curvarem diante da obra do rei, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (lembra, os amigos de Daniel?) despertaram a fúria de Nabucodonosor, sendo lançados em uma fornalha ardente, cujo fogo estava sete vezes mais forte. Surpreendentemente, um quarto homem, com aspecto “semelhante ao filho dos deuses” (v. 25), surgiu em meio às labaredas. Os três jovens foram resgatados vivos e o milagre foi motivo de louvor e glória a Deus. Tamanho o impacto da situação, que o rei acabou por decretar que “todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus […] seja despedaçado” (v. 29).
Esse texto pode nos dar uma valiosa lição. Geralmente enxergamos a idolatria como uma atitude em particular: adorar a deuses de estátua, possuir estátuas em casa, etc. Na realidade, esse pecado é muito mais amplo. A idolatria se manifesta no coração, não fora dele. As aparências enganam, e podemos ser mais idólatras que muitos daqueles que julgamos ser. Confuso? Pense naquilo que mais lhe importa. Talvez seja seu carro, sua casa, seu namorado (a), conjuge, amigo, etc. Qualquer coisa pode ser um ídolo em nossas vidas. Um cantor, uma música, um pregador, um pecado. Não há limites para a idolatria, pois ela se manifesta quando deixamos Deus de lado. Se Sadraque, Mesaque e Abede-Nego houvessem se prostrado diante da estátua, jamais experimentariam tamanho milagre. Além disso, através da fidelidade deles, o rei pôde ver mais uma vez a grandeza de Deus, de modo que Seu nome foi, pouco a pouco, sendo honrado diante do povo.
A idolatria não é exclusiva dos “não-crentes”. Temos que perder essa imagem de que somos perfeitos e não-idólatras. Examine seu coração e perceba se ali, no mais profundo do seu ser, não há mais de um trono. Se houver, destitua-os, e permita que o Senhor seja seu único rei. Dessa forma, você vai experimentar milagres inspiradores, que só quem adora ao verdadeiro Criador experimenta.
Confira os outros textos da série sobre Daniel:
Cap. 1 – Daniel: muito mais que a cova de Leões (1)
Cap. 2 – Daniel: muito mais que a cova de Leões (2)
Cap. 4 – Desfaze os teus pecados
Cap. 5 – Santo e Profano
Cap. 6 – Um anjo na cova dos leões
Cap. 7 – Fechando o coração
Cap. 8 – Qual a sua oferta?
Cap. 9 – Aprendendo a Orar
Cap. 10 – Compreender e Humilhar
Cap. 11 e 12 – Daniel sai da cova dos leões