Ser vulnerável

Ser vulnerável

A vulnerabilidade é algo que nos trava. Estamos vulneráveis em diversas situações da nossa vida. Quando próximos de um penhasco, por exemplo, estamos vulneráveis à queda e, por conseguinte, à morte. Se estamos diante de um prato saboroso de comida, estamos vulneráveis à gula. A vulnerabilidade é presente nas nossas vidas, mas parece que em determinados pontos-chaves, ela simplesmente é amenizada e escondida, longe do nosso alcance.

A realidade atual da Igreja parece não permitir que as pessoas sejam vulneráveis. Tudo é tão engessado que pecar é pecado. Olhar para a menina bonita da igreja é pecado, masturbação é pecado, pornografia é pecado, falar sobre isso é pecado. As pessoas estão tão temerosas pelo pecado que não enxergam uma saída em meio à transgressão. Por não serem permitidas a transgredir, os Cristãos não deixam de fazê-lo, mas o fazem escondido. E a vulnerabilidade é a peça chave desse desastre iminente.

Uma das atitudes mais admiráveis e difíceis é a humilhação. Quando um pecador se humilha e confessa seu pecado, há uma enorme alegria no Céu, e essa pessoa é salva. No entanto, é muito comum as pessoas serem salvas e se manterem em contato com o pecado. Todos somos pecadores, porém nem todos vivemos em pecado. Alguns de nós são presos pela vergonha e pelas garras da iniquidade. Mas, como não há – ou há pouco – espaço para pecar na Igreja moderna, as pessoas deixam de se expressar e guardam algo forte dentro de si, perdendo a chance de serem completamente saradas.

Por este motivo, aqueles que abrem seus corações estão vulneráveis. É realmente muito duro declarar abertamente o pecado na Igreja de hoje, sem ser fortemente julgado. As pessoas não podem ser vulneráveis e pecadoras, mas devem ser perfeitas. Isso promove um falso Evangelho de que todos devemos ser perfeitos na nossa individualidade. No entanto, Deus foi muito claro nas palavras de Tiago:

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.” – Tiago 5:16 (NVI)

Se formos vulneráveis e confessarmos nossos pecados uns aos outros, seremos curados. A oração dos irmãos é poderosa e eficaz. E isso não é palavra humana, mas de Deus! Os Cristãos têm tido medo de ser sinceros uns com os outros. É tanta informação e cobrança que há pouco espaço para a sinceridade de coração e a vulnerabilidade. Quanto mais sinceros, mais vulneráveis, mais pecadores, mas mais sarados.

Apesar de sermos travados pela vulnerabilidade que não existe, podemos ser libertos por aquela que passa a existir. Se Deus nos ensinou dessa forma, por que insistimos em continuar nesse caminho? Confesse seus pecados a alguém de confiança, que saiba e entenda que você é pecador tanto quanto qualquer outro. Deus vai sarar suas feridas.